Redução de tarifa dos EUA para parte dos produtos brasileiros beneficia caju, manga e castanha do RN
22/11/2025
(Foto: Reprodução) Estados Unidos reduzem tarifas de parte dos produtos brasileiros
O anúncio da suspensão da taxa de 40% imposta pelos Estados Unidos sobre cerca de 200 mercadorias brasileiras trouxe alívio para parte do agronegócio potiguar. Entre os produtos do Rio Grande do Norte beneficiados pela medida estão o caju, a manga e a castanha.
"Ainda não é tão significativo para o setor agrícola potiguar, que tem como carro-chefe o melão e a melancia", diz Fábio Queiroga, do Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte.
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Dados do Observatório da Indústria do Mais RN, da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), apontaram que, entre agosto e outubro de 2025 — período dos impactos do “tarifaço” — o estado exportou US$ 9 milhões para os EUA. O valor representa queda de 25%, o equivalente a US$ 3 milhões, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Apesar da redução anunciada pelos americanos, a decisão não vale para todos os produtos. O setor do pescado continua enfrentando dificuldades porque a sobretaxa de 50% segue em vigor desde agosto.
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"Tá bem complicado e a tendência é piorar. No Rio Grande do Norte, nossa pesca, nossa vocação foi feita para dois tipos de pescado: a lagosta, que hoje está sendo exportada congelada para o mercado asiático e o pescado fresco, principalmente os atuns e afins. Então está complicado porque a gente não tem outro mercado para substituir e o mercado local não consegue absorver o produto", diz Arima França Filho, presidente do Sindipesca-RN.
EUA retiraram tarifas sobre cerca de 200 produtos brasileiros
Reprodução/Inter TV Cabugi
A crise no setor da pesca é agravada pela impossibilidade de exportar para a Europa desde 2018, por questões sanitárias.
Dados do Mais RN mostram que, desde agosto, quando a tarifa de 50% começou a valer, as exportações de atum para os EUA caíram 72%. O produto está congelado nas câmaras frias das empresas à espera da exportação.
No caso do atum, o congelamento pode durar até dois anos, mas o pescado vendido fresco perde valor quando é congelado.
"É o mesmo produto, mas o nosso pescado busca a culinária japonesa, um produto com um valor que chega a ser 12 vezes superior ao que produto que vai para enlatar. Se a gente não conseguir atender esse mercado, a gente vai ter que enlatar esse atum especial e vender com valor de 10% do que a gente poderia ter vendido", diz.
O governo do estado informou que está analisando alternativas para minimizar os impactos. Uma das possibilidades discutidas é ampliar o escoamento da produção para o mercado interno e para países asiáticos.
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